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MEU ACERVO - Misericórdia

Lilian Liang

Atualizado: 13 de mar.

Christine Abdalla

Gestora de ILPI; membro voluntário da Frente Nacional para o Fortalecimento das ILPI; membro fundador da Associação Cuidadosa.


Marisa Accioly

Assistente social e docente do curso de gerontologia da EACH-USP



Misericórdia

O livro Misericórdia pode ser considerado uma janela que abriu e dividiu meu mundo de trabalhadora da gerontologia entre o antes e o depois da leitura. 


Já nas primeiras páginas somos convidadas a entrar no universo de Sra. Alberti, residente em um lar, nomeado em Portugal como entidade residencial para pessoa idosa (ERPI). A obra narra o diário que a idosa vai alimentando com a passagem do tempo dentro deste local. O diário noturno transcrito pela filha, Lídia Jorge para nos contar do último ano da mãe nesta instituição. Os capítulos versam sobre as impressões de um dia da vida de Sra. Alberti no lar e que ao cair da noite ela alimenta seu diário e escancara aos leitores suas venturas e desventuras da vida institucionalizada. 


O livro mostra a vida de uma senhora já muito dependente para atividades básicas da vida diária, alternando momentos em que um tratamento mais respeitoso e singular é prestado pelas cuidadoras com outros onde a pessoa vive uma completa despersonalização. São corpos que dependem de alguém que os cuidem, mas que nem sempre recebem por parte dos cuidadores a atenção e o tempo para perguntar, como estão os donos destes corpos que carregam uma história de vida, de memórias, afetos, desejos e anseios, desencontros, medos, tristeza e outros tantos sentimentos e sensações.  O relacionamento com os residentes da ERPI nos remete ora a relações de amizade, por vezes de rancor ou competitividade, por exemplo.  O livro é um testemunho de como é sentida, e vivida a vida na instituição, como se dão as relações interpessoais com os demais residentes, com a gestora e a equipe técnica do residencial, com os cuidadores e com a rede sociofamiliar. Recomendamos a leitura deste livro que nos levará a refletir mais e mais sobre a questão do cuidado, da atenção centrada na  pessoa e na importância das relações familiares e sociais nas nossas vidas e na nossa prática profissional.





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