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Epidemia de solidão: o alerta global da OMS para os idosos

Imagem: Pexels
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A recente divulgação do relatório da WHO Commission on Social Connection — comissão da OMS dedicada a investigar os impactos da solidão e do isolamento social — coloca em evidência um problema crescente, silencioso e muitas vezes negligenciado: a solidão como risco à saúde coletiva.

 

Embora o documento aponte taxas mais altas de solidão entre adolescentes e jovens adultos, ele também reforça que pessoas de todas as idades) – inclusive idosos – sofrem com esse fenômeno.

 

O que diz o relatório da OMS sobre solidão

O relatório global estima que 1 em cada 6 pessoas no mundo sofre com solidão — cerca de 871.000 mortes por ano estão associadas à solidão e ao isolamento social.

 

A solidão e o isolamento social são definidos de forma distinta: a solidão refere-se ao sentimento subjetivo de desconexão, e o isolamento social, à falta real de vínculos ou interações sociais suficientes.

A comissão responsável pelo relatório defende que a “conexão social” — ou seja, relações humanas significativas — deve ser reconhecida como uma parte essencial da saúde pública, ao lado da saúde física e mental.

 

O que isso representa para as pessoas idosas

Embora a taxa de solidão varie conforme idade, o relatório e outros estudos mostram que:

 

• Pessoas idosas — embora o índice global de solidão seja um pouco menor nessa população em comparação a jovens — continuam vulneráveis à solidão: para o grupo “idosos/mais velhos”, a estimativa global de pessoas que relatam solidão gira em torno de 13,0% (mulheres) e 9,9% (homens).

 

• Entretanto, análises mais profundas sugerem que, entre idosos de diferentes continentes, a prevalência real de solidão pode ser bem maior — uma meta-análise que considerou mais de 460 mil idosos aponta uma prevalência combinada de aproximadamente 26%. 

 

• Em contextos como os dos EUA, estudos recentes mostram que cerca de 1 em cada 3 pessoas entre 50 e 80 anos relatou sentir-se solitária ou isolada em 2024 — percentual que, apesar de ter caído em relação à pandemia, continua elevado.

Esses dados demonstram que, mesmo em sociedades modernas e com acesso a comunicação digital, o envelhecimento continua associado a riscos — especialmente quando há perda de mobilidade, aposentadoria, morte de parceiros ou familiares, deslocamentos, ou menor participação social.

 

Consequências da solidão e do isolamento para idosos

Segundo a OMS e literatura científica, o impacto da solidão na saúde de pessoas idosas pode ser grave:

• Maior risco de doenças crônicas — como doenças cardiovasculares, diabetes e problemas metabólicos — bem como declínio da capacidade funcional.

• Aumento da incidência de transtornos mentais: depressão, ansiedade, agravamento de fragilidades emocionais

• Possível aceleração do declínio cognitivo: isolamento e solidão são apontados por estudos recentes como fatores associados a piora da função cognitiva.

• Redução da qualidade de vida e sensação de pertencimento — algo que afeta autonomia, dignidade e bem-estar, especialmente quando há perda de companheiros ou familiares, fragilidade física ou dificuldade de mobilidade.

 

O que a OMS recomenda — e por que as políticas para idosos são essenciais

O relatório da comissão e documentos correlatos da OMS apontam caminhos concretos para enfrentar a epidemia de solidão — com destaque especial para a população idosa. Entre as recomendações incluem-se:

 

• Reconhecer a “conexão social” como prioridade de saúde pública, com integração dessa perspectiva em políticas de saúde, urbanismo, habitação, transporte, cultura e lazer.

• Investir em ambientes e infraestruturas que facilitem convivência e apoio social — espaços públicos, centros comunitários, moradias acessíveis, transporte adaptado, programas de convivência, redes de voluntariado e suporte comunitário para idosos. 

 

• Desenvolver intervenções individuais e comunitárias: grupos de convivência, atividades culturais, esportivas, de lazer; suporte psicológico; serviços sociais para quem vive sozinho; programas de inclusão para quem tem mobilidade reduzida ou limitações.

 

• Monitorar e medir a “conexão social” como parte dos indicadores de saúde e bem-estar — para que governos e sociedades possam acompanhar e responder ao problema, especialmente para populações vulneráveis como idosos.

 

Panorama no Brasil

Com o envelhecimento acelerado da população mundial — e do Brasil — a questão da solidão na velhice deixará de ser um problema privado para se tornar um desafio social e de saúde pública estrutural. Segundo a OMS, já há evidências robustas de que a solidão em qualquer idade impacta mortalidade, saúde crônica, bem-estar mental e coesão social.

No Brasil, onde vive um número crescente de idosos e em muitas regiões há carência de políticas públicas integradas de apoio à pessoa idosa, essa “epidemia de solidão” assume contornos ainda mais dramáticos, tornando urgente a implementação de políticas que promovam inclusão social, convivência comunitária, mobilidade e suporte aos idosos.


Texto gerado com auxílio de IA.

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